quarta-feira, 4 de novembro de 2009

JORNALISTA ADÍSIA SÁ DIZ SOU FILHA DO DNOCS

Só sabe o que é a seca, quem viveu o seu drama em plena vigência da estiagem.Nós nordestinos, das velha e média gerações de cearenses, sabemos muito bem o que seja . Não apenas pela ótica de nossos escritores e todos conscientes datragédia, muitos a vivenciando - como famílias , como a minha, sobreviventesgraças à ação do Governo central, na atuação do Dnocs. Sou da geração da Inspetoria , placenta do que hoje se comemora centenariamente falando. A seca de 32 marcou a minha família diretamente. Moradores de Cariré e minha terra natal - fomos tangidos para Sobral no infernal flagelo. Mas , não fora o Dnocs , não estaria eu contando esta história. Meu pai foi apontador em açudes construídos pela Inspetoria e foi graças a essetrabalho que a família conseguiu se manter suficientemente para que estatragédia fosse agora contada. O sertão não virou mar: terra estorricada, pastoinexistente, fome campeando pelo sertão faminto, família se desintegrando com asaída obrigatória e urgente dos homens para a Amazônia e, mesmo, para o sulmaravilha, ficando os seus lares sob a responsabilidade de extraordinárias mulheres, como a minha mãe e loba gigante na defesa da prole: quatro filhos e Orestes, Maria Olívia, Arlindo e eu. Meu pai, alfabetizado, se alistou e foi servir, já disse, como apontador em açudes do Departamento. Dali saia o dinheiro para a comida de nossa mesa. Sou filha, então, do Dnocs. E disto me honro e isto proclamo onde minha voz se faça ouvida. Hoje, aos 100 anos celebrados ainda sem a projeção devida, o Dnocs contempla os rebentos das famílias que salvou da catástrofe de 32. Disse isto em palestra na sede do Departamento, aqui em Fortaleza. Na oportunidade, muitos braços selevantaram e , numa só voz, dissemos: ``Somos filhos dos Dnocs.`` Ouvimos chorossufocados, lágrimas contidas. Num abraço fraterno, nos reunimos ao redor de uma mesa de confraternização.Não, jamais vou esquecer este encontro de irmãos: filhos do Dnocs. Maria Adísia Barros de Sá - Decana do Jornalismo cearense. Fontes: JORNAL O POVO - TAMBÉM NO SITE DO DNOCS.

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