quarta-feira, 13 de agosto de 2014

THIAGO ALVES RECORDAR EM SUA PÁGINA “CANTINHO DA SAUDADE” NO JORNAL CORREIO DA SEMANA O DÉCIMO-PRIMEIRO ANO DA PARTIDA DE PEDRO LAVANDEIRA.

Ontem (25/07), familiares, amigos e fãs relembraram o décimo - primeiro ano da partida de Pedro Lavandeira. Foi um cantor compositor popular que marcou época em Sobral, principalmente por suas criações ligadas às campanhas políticas. O saudoso artista já foi contemplado pela Coluna no ano passado. Mas a pedido de muitos dos seus admiradores aqui residentes e em outros recantos do País o texto será republicado. O apelido Lavandeira pelo qual ele ficou conhecido está ligado a um pássaro da região. E a vocação de Pedro era mesmo cantar. E como ele cantava! Refiro-me a Pedro Oliveira Filho (foto), popularmente conhecido como Pedro Lavandeira, o grande cantor sobralense de forrós e compositor de inesquecíveis paródias políticas. O apelido é herança do seu bisavô que, por ter sido pescador no rio Jaibaras, recebeu o nome do pássaro chamado Lavandeira, que passa grande parte do tempo à beira d´água. Filho de José Pedro de Oliveira e Maria Nazaré Martins, Pedro Lavandeira nasceu na Rua da Lama, Alto da Expectativa, em Sobral (CE), no dia 26 de novembro de 1935. Estudou até a 4ª Série do antigo curso Primário, mas desde criança já fazia pagode batendo numa lata. Segundo ele, eis um fato de sua vida que achava muito curioso: todas as vezes que ia aprender a tocar um instrumento acontecia algo que o impedia de continuar. Por conta disso, tornou-se apenas ritmista ou percussionista, além de cantar, o que fazia desde oito anos de idade Pedro Lavandeira começou a cantar profissionalmente em Sobral, tendo como colegas de ofício Zé Burdão, Raimundo Pedro, Zé Café, João Paraibano, entre outros. Mas seu maior parceiro foi mesmo seu compadre Gerardo Ferreira, saudoso grande sanfoneiro da região, com quem passou quarenta e dois anos cantando. “Eu sou mais de parodiar do que de compor músicas, pois tenho um compadre que já compôs umas quinhentas, mas nenhuma foi gravada por ninguém, o que me tira a motivação de compor”, desabafava o artista. Mesmo assim, Pedro recebia convites e mais convites para compor. Fez paródias desde 1962, sempre em campanhas políticas, como a histórica de Jerônimo Prado e Cesário Barreto. Segundo o compositor, a que fez mais sucesso foi a que tem como refrão “Vai, vai, vai, ninguém segura não/O prefeito é o José Prado/Ganha disparado essa eleição”.Sempre despontando por sua inteligência e afinação, chegou a participar de um concurso de música no Clube Artístico Sobralense, promovido pela Ordem dos Músicos, tendo conquistado o primeiro lugar Além da música, Pedro Lavandeira também se sobressaiu como exímio jogador de futebol em times da periferia de Sobral, tais como, Cruzeiro, Uruguai, Pirambu, Fluminense, Madureira, Flamengo e Guarany. E sempre jogando em quaisquer que fossem as posições exigidas pela ocasião. Indagado sobre a origem da sua grande amizade com o ex-prefeito José Parente Prado, Pedro Lavandeira recordava com carinho e saudade: “Havia na Praça São João um barzinho muito freqüentado, cujo dono possuía muitos animais silvestres. Quando eu ia chegando lá, vi um rapaz se destacando dos demais, por seu jeito carismático e pagando pra todo mundo... Quando eu já estava em casa, Gerardo Ferreira veio me chamar para cantar numa seresta em Chaval, para o Zé Prado. No trajeto o contratante nos tratou muito bem e foi daí que passei a conhecê-lo”. E continuava Pedro, “...Naquela época eu ia cantar na campanha do Cesário Barreto, mas quando soube da candidatura do Sr. Jerônimo Prado, e que este era o pai do Zé Prado, resolvi desistir do primeiro patrão”. E amizade entre ambos cresceu tanto que terminaram se tornarem compadres. Por intermédio de Zé Prado, Lavandeira conheceu muitos políticos ilustres, como Dr. Lúcio Alcântara, Gen. Josias F. Gomes, Pe. José Palhano de Sabóia, Pe. José Linhares Ponte, Paulo Lustosa da Costa e muitos outros. Com quase três décadas de amizade e que acompanhava politicamente a família Prado o parodista afirmava com convicção: “Até meus últimos dias de vida estarei sempre com eles. Já preparei belas paródias para o Marco Prado e estou pronto para cantar”. Sempre sorridente educado e prestativo, nos últimos anos o popularíssimo cantor e compositor sobralense atuava como funcionário da agência do Ministério do Trabalho nesta cidade. Lá gozava do respeito e da admiração de todos os servidores, bem como de quem acorria àquela repartição pública. Pedro Lavandeira era casado com Maria do Socorro de Souza Oliveira, atualmente falecida, com quem teve 11 filhos. Dizia Pedro: “Um coral já está no céu, mas os outros quatro artistas ainda estão comigo na terra: Francisco José, Sebastião, Mariluce e Francisco Gérson”. Pedro de Oliveira Filho, o Pedro Lavandeira, morreu aos 68 anos, no dia 25 de julho de 2003, às 20h, na Santa Casa de Misericórdia de Sobral, em decorrência de problema de coagulação em sua circulação sanguínea. Com acompanhamento de uma multidão de familiares, fãs e amigos, seu corpo foi levado ao cemitério São Francisco, no bairro do Junco, e sepultado no mesmo túmulo do seu grande amigo e compadre José Parente Prado. Fonte da matéria no periódico: http://jornalcorreiodasemana.com/css/index.php/cantinho-da-saudade/3565-pedro-lavandeira - Estas  e outras no diário de notícia do Pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante membro correspondente da ACEJI e do Jornal Circular da cidade de Sobral-Ceará.

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