Nascido em Icó, uma cidadezinha da região centro-sul do Estado
do Ceará, em 14.05.34. Em Maio completaria seus 80 anos. Assim era o nosso pai,
um homem simples, mas de uma cultura de vida espetacular. Complexo de
inferioridade não existia em sua vida. Dizia constantemente para seus filhos: “todos
somos iguais”. Não se deve ter medo de quem é rico,ou mais inteligente ou mais
qualquer coisa. “Todo mundo é doutor naquilo que faz”. Saiu de sua terra e veio
tentar uma nova vida na tão abençoada “Sobral”, lugar onde prosperou em tudo, com
seu suor e trabalho. Dizia pra sua esposa, quando éramos crianças:“ainda verei
um carro parado na frente da minha casa, um rádio tocando e eu me balançando em
minha rede”. Tudo isso foi possível e muito mais. O orgulho de sua vida: “a maçonaria, seus amigos e sua família.
Acho eu, que foram suas maiores riquezas”. Responsável em tudo aquilo que
fazia, depois de aprender, que “a vida é uma loja, de tudo têm, de tudo dá”. Cabe
a cada um fazer a suas escolhas, dizia ele. Cheio de sabedoria da vida, de uma
inteligência incrível, mesmo tendo cursado até o 1º ano primário, conseguia
reunir todos a sua volta para apreciá-lo com sua sinceridade em cada colocação
que fazia. Homem direto em suas palavras e verdadeiro até com seus defeitos e
erros. Muito admirado por todos. Sempre achei o seu nome parecido com o regime
parlamentar: Reinaldo “rei”, mas o rei
reinava, mas não governava, porque na realidade quem governava era o bom deus.
Tinha o seu jeito próprio de amar a Deus. Cheguei muitas vezes a contemplar os atos
de misericórdia realizados por ele. Não aguentava ver ninguém magro, sempre
achava que a pessoa estava precisando comer e dizia: “bota comida pra esta
pessoa, ela deve estar passando fome”. Nos últimos anos de sua vida, expôs a
sua devoção à Maria rezando o terço todos os dias e à divina misericórdia, com
o terço às três horas da tarde. Admirava-me também a sua fidelidade ao dízimo
da igreja, isso me evangelizava. A maior herança para os seus filhos: “seus
ensinamentos e seus amigos”. Homem farto em tudo e detestava miserabilidade. Não
gostava de remédios, médicos, de tudo que lembrasse doença. Homem de cabeça
boa, dizia sempre diante dos problemas: “o que não tem jeito, já está resolvido
e ponto final” Não encucava com nada, em pouco tempo tirava de sua cabeça os
problemas. Caso dependesse dele, resolvia, senão, acho que colocava do jeito
dele nas mãos de Deus. Foi um pai que expressou seu amor aos filhos, não com
abraços, afagos, mas com a fortaleza de querer ver cada um bem colocado em suas
vidas. Cada diploma, cada formatura, cada emprego, era um trunfo em suas mãos. Era
a cara dele:“este é gerente do Itaú, este é gerente do Banco do Brasil,e por aí
ia tecendo a profissão de cada um de seus filhos”. Tinha um jeito muito
particular de amar sua esposa. Mesmo diante dos erros cometidos em sua vida,
nunca abriu mão de sua família e dizia: “minha velha queria morrer antes de você”.E
assim aconteceu. Faleceu na manhã do dia 25 de março, dia da encarnação do verbo,
em seu carro, tão precioso para ele. Tenho certeza que Nossa Senhora preparou
tudo para entregá-lo a Jesus. Tive a confirmação da presença da mãe
misericordiosa nesse momento tão difícil em nossas vidas. Na missa de corpo
presente, foi um consolo com templar a presença de 08(oito) sacerdotes amigos e
contar com apoio e orações de todos que chegavam a nos abraçar dizendo: “conte
comigo”. Cheguei a uma conclusão espetacular em minha vida: “vale apena
plantar, vale a pena se dar, vale apena seguir a Cristo”. É verdade! É nessa
terra que já começamos a receber a recompensa do céu. Obrigada a todos por tudo
e obrigada ao nosso pai que deixou plantado a semente do bem em nossos corações.
Volte para os braços daquele que lhe criou e fique em paz meu pai, porque o
nosso coração mesmo diante de tanta dor, está em paz. (Por Edna Chaves). Estas
e outras no diário de notícia de Célio Cavalcante membro correspondente da
ACEJI e do Jornal Circular da cidade de Sobral-Ceará.
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