A capela
de Nossa Senhora da Conceição do Monte é uma construção do Século XIX. Segundo
o Barão de Studart em sua obra "Parte Cronológica da Administração de
Manoel Inácio de Sampaio, pg. 239-240, consta a data de 27 de abril de 1819, ao
"benzimento, pelo pároco do Icó, Domingos da Mota Teixeira, da primeira
pedra para a fundação e execução naquela cidade, de uma capela sob a invocação
de Nossa Senhora da Conceição do Monte". A arquitetura da capela
assemelha-se a várias capelas dos engenhos pernambucanos dedicados à Virgem. A
obra foi edificada sobre um outeiro, que era uma tradição católica na
construção de santuários marianos. Do alto vislumbra-se todo o Vale do Salgado
onde está a cidade do Icó. Entretanto informações da Secretaria de Cultura do
Ceará nos dão conta que "não se sabe ao certo quem a construiu, mas foi
por volta de 1750 quando chegou nesse local uma pessoa da "Casa da Torre”,
como era chamada a Casa de Garcia D'avila, elite política baiana do Século
XVIII", ou seja, em 1750. O culto à Nossa Senhora da Conceição em Portugal
e no Brasil, vem de D. João IV em 1646, que usando das prerrogativas do
Padroado da Monarquia Portuguesa, declarou a Nossa Senhora da Conceição por
padroeira do Reino de Portugal, incluindo-se todas as colônias. Ordenou o mesmo
soberano que os estudantes na Universidade de Coimbra, antes de tomarem algum
grau, jurassem defender a Imaculada Conceição da Mãe de Deus. Daí porque no
Brasil a devoção a Nossa Senhora da Conceição se espalhou tão grandemente
e por toda a população, sendo erigidas tantas igrejas e capelas. O Dogma da
Imaculada Conceição de Maria foi proclamado pelo papa Pio IX, em 08 de Dezembro
de 1854, com a bula Ineffabilis Deus, resultado da devoção popular aliada a
intervenções papais e infindáveis debates teológicos. Erguida nos subúrbios do
antigo Icó, outrora desabitado, era freqüentada quase que exclusivamente por
ocasião da Festa do Monte, a 08 de Dezembro. Como festa da Padroeira de
Portugal seu culto era extensivo a todos as raças. Pela tradição
Afro-Brasileira, Nossa Senhora da Conceição é Iemanjá, não se tem notícias de
sincretismo religioso em Icó, como se vê na Bahia ou em Pernambuco, registrados
pela historiografia, isso se deu certamente após a venda de grande parte dos
escravos negros cearenses em meados do século XIX, e posteriormente o modelo de
igreja, romanizada, instalada no Ceará, que não permitiria de forma alguma o
sincretismo religioso. Mais informações
no site: http://sinfweb.secult.ce.gov.br - Estas e outras no diário de notícia do Pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante membro correspondente da Sociedade Paraibana de Arqueologia-SPA e do Jornal Circular da cidade de Sobral-Ceará.
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