O BRASIL É UM DOS PAÍSES ricos em cultura
material, por onde se anda neste imenso país é possível perceber uma extrema
diversidade de vestígios matérias, tanto históricos quanto pré-históricos,
diversidade essa que é lentamente esquecida e abandonada por sua população e
administradores. Felizmente, ainda existem alguns “loucos” que veem importância
no salvamento e registro dessas memórias físicas de culturas passadas, são,
geralmente, historiadores, geógrafos, biólogos, antropólogos e até médicos ou
simples curiosos, todos utilizando de seus conhecimentos e habilidades
particulares para estudar e preservar o passado a partir de sua cultura
material. Mas quando você resolve levar essa “loucura” a um patamar mais
avançado, objetiva ser um arqueólogo, o que fazer? Há fontes que informam que
abrirá mais um curso de graduação (bacharelado) em arqueologia, dessa vez na Unimes
(universidade particular), será o primeiro curso de arqueologia do estado de
São Paulo e terá sua primeira turma em 2016. No Brasil, de forma geral, existem
quatorze universidades que disponibilizam cursos de graduação em arqueologia.
No entanto, apenas onze oferecem o título de arqueólogo: UFS (Laranjeiras –
SE), FURG (Rio Grande - RS), PUC GO (Goiânia – GO), UFPI (Teresina – PI), UNIR
(Porto Velho – RO), UFOPA (Santarém – PA), UFPE (Recife - PE), UERJ (Rio de
Janeiro – RJ), UEA (Manaus – AM), UNEB (Paulo Afonso – BA) e a Unimes (Santos
SP). Todos esses cursos são relativamente novos, foram criados a partir de 2005
e dentre os mais bem avaliados pelo MEC, a UFS possui a maior nota. Outras
universidades fazem planos para obterem o curso, mas ainda não efetivaram:
UFMA, UFCA, UNESP e USP. Em relação ao mestrado e doutorado o número de
universidades é menor: USP, UFS, UFRJ e UFPE dispõem de ambas pós-graduações,
enquanto a UFPI disponibiliza apenas de mestrado. Outras universidades possuem
cursos de antropologia com concentração e habilitação em arqueologia, tanto
para a graduação quanto para o mestrado e doutorado: UFMG, UFPA e UFPEL. Entre
os estados da Federação, a Paraíba é um dos que mais possui sítios
arqueológicos registrados e também universidades públicas, são quatro, com
campus espalhados por todo o estado. Entretanto, nenhuma delas possui qualquer
direcionamento voltado para a arqueologia, mesmo sendo a Paraíba a terra da
internacionalmente afamada Pedra do Ingá, além de mais de 600 sítios arqueológicos
pré- históricos já identificados, entre inscrições rupestres, campos líticos,
vestígios cerâmicos, cemitérios ameríndios e “chãos de terras pretas” de
antigos aldeamentos. Desse modo, os paraibanos que desejam assumir alguma
qualificação acadêmica direcionada ao campo se vêem na obrigação de migrar para
outros estados, especialmente Pernambuco e Sergipe, pela maior acessibilidade,
ou, na pior das hipóteses, desistir. A questão é que a inviabilidade de se
estudar em outro estado, para muitos, desestimula o anseio, nos reportando para
o título desse texto em forma de indagação. Fonte no Boletim Informativo da SPA-
http://mhn.uepb.edu.br/Boletins/Boletim_117_DEZ_2015.pdf
http://mhn.uepb.edu.br/Boletins/Boletim_117_DEZ_2015.pdf
Estas e
outras no diário de notícia do correspondente da Sociedade Paraibana de
Arqueologia-SPA Célio Cavalcante Pesquisador da Pré-história.
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