terça-feira, 19 de abril de 2016

COMO FORMAR UM ARQUEÓLOGO NA PARAÍBA POR ERIK BRITO PRESIDENTE DA SOCIEDADE PARAIBANA DE ARQUEOLOGIA-SPA.

O BRASIL É UM DOS PAÍSES ricos em cultura material, por onde se anda neste imenso país é possível perceber uma extrema diversidade de vestígios matérias, tanto históricos quanto pré-históricos, diversidade essa que é lentamente esquecida e abandonada por sua população e administradores. Felizmente, ainda existem alguns “loucos” que veem importância no salvamento e registro dessas memórias físicas de culturas passadas, são, geralmente, historiadores, geógrafos, biólogos, antropólogos e até médicos ou simples curiosos, todos utilizando de seus conhecimentos e habilidades particulares para estudar e preservar o passado a partir de sua cultura material. Mas quando você resolve levar essa “loucura” a um patamar mais avançado, objetiva ser um arqueólogo, o que fazer? Há fontes que informam que abrirá mais um curso de graduação (bacharelado) em arqueologia, dessa vez na Unimes (universidade particular), será o primeiro curso de arqueologia do estado de São Paulo e terá sua primeira turma em 2016. No Brasil, de forma geral, existem quatorze universidades que disponibilizam cursos de graduação em arqueologia. No entanto, apenas onze oferecem o título de arqueólogo: UFS (Laranjeiras – SE), FURG (Rio Grande - RS), PUC GO (Goiânia – GO), UFPI (Teresina – PI), UNIR (Porto Velho – RO), UFOPA (Santarém – PA), UFPE (Recife - PE), UERJ (Rio de Janeiro – RJ), UEA (Manaus – AM), UNEB (Paulo Afonso – BA) e a Unimes (Santos SP). Todos esses cursos são relativamente novos, foram criados a partir de 2005 e dentre os mais bem avaliados pelo MEC, a UFS possui a maior nota. Outras universidades fazem planos para obterem o curso, mas ainda não efetivaram: UFMA, UFCA, UNESP e USP. Em relação ao mestrado e doutorado o número de universidades é menor: USP, UFS, UFRJ e UFPE dispõem de ambas pós-graduações, enquanto a UFPI disponibiliza apenas de mestrado. Outras universidades possuem cursos de antropologia com concentração e habilitação em arqueologia, tanto para a graduação quanto para o mestrado e doutorado: UFMG, UFPA e UFPEL. Entre os estados da Federação, a Paraíba é um dos que mais possui sítios arqueológicos registrados e também universidades públicas, são quatro, com campus espalhados por todo o estado. Entretanto, nenhuma delas possui qualquer direcionamento voltado para a arqueologia, mesmo sendo a Paraíba a terra da internacionalmente afamada Pedra do Ingá, além de mais de 600 sítios arqueológicos pré- históricos já identificados, entre inscrições rupestres, campos líticos, vestígios cerâmicos, cemitérios ameríndios e “chãos de terras pretas” de antigos aldeamentos. Desse modo, os paraibanos que desejam assumir alguma qualificação acadêmica direcionada ao campo se vêem na obrigação de migrar para outros estados, especialmente Pernambuco e Sergipe, pela maior acessibilidade, ou, na pior das hipóteses, desistir. A questão é que a inviabilidade de se estudar em outro estado, para muitos, desestimula o anseio, nos reportando para o título desse texto em forma de indagação. Fonte no Boletim Informativo da SPA-
http://mhn.uepb.edu.br/Boletins/Boletim_117_DEZ_2015.pdf
Estas e outras no diário de notícia do correspondente da Sociedade Paraibana de Arqueologia-SPA Célio Cavalcante Pesquisador da Pré-história.

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