quinta-feira, 29 de setembro de 2011

DIRETOR DE SECRETARIA DO FÓRUM DR. LUIS MARTINS VIANA SE DESPEDE DA COMUNIDADE FORQUILHENSE


 Aos amigos forquilhenses. A despedida tem várias cores e matizes. Varia desde o verde-claro, singelo, que representa um distanciamento breve, imperturbável ou de pouco significado, até o rubro-sangue, a dor dos amantes que se despedem em fúria e desespero; vai do tom pardo que encerra um cumprimento cotidiano até o breu completo, característica do luto e do último adeus. Particularmente, prefiro as despedidas azuis-celeste, as quais, como o firmamento, guardam a infinitude e o sentimento de presença – não é o céu, afinal, o nosso elo de ligação com a eternidade? É o azul do céu que desejo adotar em meu ocaso como Diretor de Secretaria do Fórum de Forquilha. Permaneci como tal por somente uma volta da Terra em torno do Sol, mas nesse pouco tempo fui presenteado com experiências incríveis e inesquecíveis. Vi a alegria de uma cidade inteira pelo milagre das águas durante a sangria do açude, a sabedoria e a garra enraizada do trabalhador calejado em suas lides constantes junto ao Judiciário, o esforço diuturno de um Comandante Militar em proteger uma população inteira, a energia de vários juízes no trato das demandas, mesmo com estrutura paupérrima e responsabilidades bem acima de suas pagas – mas jamais de suas capacidades. E vi o pôr-do-Sol e o nascer das estrelas, tão cálidos como jamais tinha percebido... Vi o sorriso de esperança de uma criança – Carol – ao ser retirada do local onde era maltratada e inserida em nova família, onde poderia conseguir a medida necessária de amor para crescer; guardarei para sempre os desenhos que fizemos naquela tarde. Tive a alegria de ser chamado de irmão pelos Filhos da Viúva, e conhecê-los de perto. Ri a plenos pulmões com as peripécias dos amigos do Fórum, seus problemas, seus trejeitos, suas emoções. Alcancei mais um grau na escola da vida, este revestido de louvor, só pela convivência com os "coleguinhas". Chorei em casa, sozinho, com a morte da pequena Daniele, possivelmente assassinada pelo seu próprio irmão. Não sei se conseguirei encontrar sua mãe, a Dona Antonia, mas rogo ao Grande Arquiteto que acolha com carinho seu coração materno para ligá-lo, com os laços invisíveis do Eterno, ao de sua menina, precocemente convertida em estrela da manhã. Corri ao Alto Alegre na viatura policial para cumprir intimações urgentíssimas, fui até as Cajazeiras reintegrar terras turbadas, lanchei no Júnior e almocei no Bigode e no Xandão. Com tudo isso, cumpri o vaticínio da minha nova – e "intimona" – irmã mais velha: deixei meu coração ser preso pela cidade do açude. Com a cor e o matiz do céu, portador da eternidade e da presença, despeço-me. Levo um novo coração, o qual sempre estará disponível aos amigos e companheiros coligados pela convivência e unidos pela busca do quinhão de felicidade a que todos temos direito.  Com afeto, Alberto Dias de Souza.'.  1ª) - Fotografia da esquerda para direita: Acadêmico de Direito estagiário do Fórum Dr. Luis Martins César Filho; Dr. Alberto Dias e a Promotora de Justiça Dra. Valeska Catunda Basto. 2ª) – Fotografia mesma posição anterior: Serventuária judiciária Gabriela Hilário; Dr. Alberto Dias; Maria Lúcia e Dr. José Inácio Fernandes. 3º) – Fotografias: Gabriela Hilário; Dr. Alberto Dias e Maria Lúcia Fernandes. O Diretor da Rede de Emergência do Poder Judiciário-REPJ, Célio Cavalcante PT7ACZ, aproveitou este momento de despedida do Eminente Dr. Alberto Dias de Sousa, para agradecer sua honrosa amizade e elucidar aos nossos conterrâneos do valor ético profissional deste jurista que nos deixa nossa terra natal, para enfrentar outras Comarcas aonde deverá desempenhar sua missão jurídica com retidão para o bem social de nossa Pátria. Esta e outras no diário de notícia de Célio Cavalcante, membro correspondente da ACEJI.

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