“Na estrada, o celular é posto de lado e o rádio impera”
Para conversar, pedir auxílio ou pegar informações sobre o que está acontecendo dentro e fora do asfalto, o radioamador é peça fundamental para quem está no mundo off-road, mas para isso tem que fazer o exame da Anatel para ter liberação - Instrumento para amenizar a solidão na estrada, o radioamador de comunicação é objeto indispensável para se ter uma boa companhia em longas viagens ou grandes aventuras. Assim como uma voz amiga diminui o silêncio do carro, ela também auxilia em momentos de necessidade, já que em lugares onde o celular não pega, o rádio consegue entrar em ação. "Mesmo com restrições do Detran de proibir os carros de andar em trechos das praias e dunas, cresce assustadoramente esse hobby de praticar off-road. Então, acaba que uma pessoa indica para outra e também existe a necessidade, porque, em uma trilha ou outra situação fora da estrada, a pessoa precisa se comunicar para avisar se algum veículo vem na contramão ou mesmo que ficou atolado", justifica Roberto Medeiros, presidente da Associação dos Jipeiros Radioamadores do Ceará (AJIR-CE). Pedir ajuda por esse meio só é realmente eficaz e seguro graças ao que Roberto define como espírito solidário que impera nesse grupo. Eles avisam quando detectam problemas nas vias e não hesitam de dar uma mãozinha quando escutam alguém pedindo socorro. Se não há ninguém perto das proximidades do acidente, a Base Parangaba, comandada por Roberto, quase sempre consegue captar sinal na sua central, localizada no bairro Vila Betânia, e dá uma força, repassando as informações para quem estiver sintonizado na frequência dos jipeiros, a 144.400MHz. "A transmissão de um carro para o outro é muito restrita, como a minha base tem uma altura com uma torre muito boa, o alcance é de um raio de 200k e um carro não chega a isso. Em um campo limpo, ele modula com 10km a 20km", explica. O medo ou a suspeita de alguém usar as informações reveladas pelo rádio ou aproveitar-se da situação de desespero e fragilidade para cometer algum tipo de crime, segundo Roberto, é quase mínima. "É muito raro ter uma pessoa desse meio que tem essa postura. Inclusive porque todo mundo se conhece", afirma. Ligado 24 horas - Com seus oito rádios na entrada de sua casa, um na cabeceira da cama e mais dois em cada um de seus carros, o funcionário público Roberto, de 50 anos, fica antenado o dia inteiro no que está acontecendo na freqüência dos jipeiros. Mais do que isso, além de conversar com quem está sintonizado e solicitar ajuda aos que estão requisitando-a pelo rádio, Roberto faz uma "prestação de serviço de utilidade pública", como ele diz. Ao escutar alguma informação sobre trânsito, acidente ou radar móvel, ele logo repassa. Além disso, como Roberto orgulha-se de falar, sua base é a única com transmissão direta com o Ciops. Dessa forma, a ação é mais eficiente. "Se tem um jipeiro que presencia um acidente, um assalto ou qualquer coisa que necessite do poder público, ele chama a base pelo rádio, eu passo a qualificação da informação para o Ciops, que manda um atendimento imediato, porque não passa pela triagem de averiguação se é trote ou brincadeira. Eles confiam, porque só eu passo isso para eles", declara. Para sintonizar - Antes de começar a escolher entre as os modelos de rádio, é importante saber que não é qualquer um que pode comprar e possuir um radioamador, tem que ter uma autorização emitida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Caso contrário, quem for pego portanto rádio sem o Certificado de Operador de Estação Radioamador (COER) responderá por um crime federal, com detenção de um a três anos, dependendo se houver danos a terceiros. Do período da inscrição para a data do exame demora um média de 30 a 60 dias, em contrapartida, o resultado sai logo depois da prova. Entre taxa da Anatel, inscrição e apostila para os estudos, o custo fica orçado em R$100,00. Em 2010, a AJIR-CE, que recebe as inscrições, conduziu quase 500 pessoas para regularizar a sua situação. Este ano já foram 300 interessados. Quanto aos rádios, o valor varia de R$500,00 a R$2.100, dependendo basicamente da marca, da potência e do alcance das freqüências. O Yaesu FT1900 é o mais procurado, devido ao seu preço mais acessível de, em média, R$580,00. Ele permite o alcance de 136 a 174 MHz, apesar de ser permitido a transmissão apenas de 144 a 148 MHz, e tem 50W de potência. Outra opção com uma oferta maior nos dois quesitos é a marca ICOM, com o IC2200 de R$780,00. Tem 65W e capta de 118 a 174 MHz. Lembrando que, além do rádio, deve-se comprar também a antena, o seu suporte e o kit de cabos do carro para ligá-la ao rádio. A instalação demora cerca de uma hora, quanto a durabilidade, dependendo dos cuidados, pode chegar a 4 anos. Mais informações - SRC Comunicação Rua Dona Leopoldina, 684 – Centro Tel.: 3251.1619 - Associação dos Jipeiros Radioamadores do Ceará - Rua Casemiro de Abreu, 211 - Vila Betânia / Tel.: 88118559 http://www.robertobaseparangaba.com.br - Leia no Jornal Diário do Nordeste.http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1076673 - Estas e outras neste meio de comunicação do povo forquilhense do amigo Radioamador Célio Cavalcante PT7ACZ - Forquilha-Ce.
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