ARQUEOLOGIA,
MUSEOLOGIA E PALEONTOLOGIA NA UFCA?
As jazidas da Chapada do
Araripe, o museu da Urca e os tanques com fósseis justificam pesquisas da
Paleontologia. Considerando a falta de visão e interesse das universidades do
estado do Ceará para levantar questões relacionadas ao patrimônio, o surgimento
da Universidade Federal do Cariri (UFCA) desponta como o momento propício para
implantar, entre outros, os cursos de Arqueologia, Museologia e Paleontologia. Essa
medida demonstraria que a nova instituição está realmente voltada para
“aproveitar as potencialidades produtivas locais compatíveis com a conservação
ambiental, além das atividades do turismo ecológico, científico e cultural”,
como dito pelo senador Inácio Arruda. Uma vez que os atuais limites do Ceará
são dotados de importantes remanescentes da história do homem e da natureza,
são várias as justificativas para a implantação desses cursos. A Arqueologia
estuda o homem através da cultura material e, considerando que há sítios
arqueológicos de diversas cronologias e tipologias nos 184 municípios do
Estado, é mais que urgente a realização de pesquisas interdisciplinares e
sistemáticas, sob pena de perda irreversível das suas informações. As jazidas
da Chapada do Araripe, o museu de paleontologia da Universidade Regional do
Cariri (Urca) e os tanques naturais com fósseis justificam pesquisas da
Paleontologia, ciência que estuda animais, vegetais e ambientes extintos. Já a
museologia trabalha com a extroversão, salvaguarda e comunicação do
conhecimento. Por isso, é o locus indiscutível para a correta difusão do
conhecimento, uma vez que atua como instrumento de ensino, de memória, de
cidadania e de turismo. Assim, o estado do Ceará, através do Cariri, poderia
diminuir a distância com essas ciências e começar a seguir o exemplo de outras
universidades do Nordeste. Exemplos que já vêm sendo manifestados há anos, como
na Universidade Federal do Piauí (graduação, mestrado e doutorado em
Arqueologia), na Federal de Sergipe (graduação em Museologia e graduação,
mestrado e doutorado em Arqueologia), na Federal do Rio Grande do Norte
(especialização em Arqueologia), na Universidade do Vale do São Francisco
(graduação em Arqueologia e Ciências Naturais) e na Federal de Pernambuco
(graduação em Museologia e graduação, mestrado e doutorado em Arqueologia). Na
Uece, UFC, UVA, IFCE, na nova UFCA ou em uma IES privada, a ausência desses
cursos no Ceará é vexatória e pode ser igualada a um absurdo cenário onde não
existiriam os cursos de Arquitetura em Chicago, de Biologia em Manaus ou de
História em Roma. Por Igor Pedroza - igorpedroza@gmail.com
- Historiador, arqueólogo e doutorando em Arqueologia (PPGArq/UFPE). Estas e
outras no diário de notícia do pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante
membro correspondente da Sociedade Paraibana de Arqueologia-SPA e do Jornal
Circular da cidade de Sobral-Ceará.
É de extrema necessidade que o Ceará comece a levar a sério o seu potencial historiográfico. Podemos atingir índices estratosféricos de prestígio internacional caso tenhamos profissionais capacitados para lidar com a nossa realidade e o nosso potencial. É inaceitável que ainda não sejamos capazes de formar profissionais de alto nível nessas áreas do conhecimento. Estou muito animado com essa possibilidade de vir a ter esses cursos no nosso estados e com o salto de qualidade que a ciência vai ter em nossa realidade.
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