PADRINHO
E MADRINHA
Filho mais velho de Francisco
Teotônio – o Chico João, e de Josefa – a tia Zefinha, José Ribamar, o meu avô,
foi um homem ímpar. Apesar de ser um homem do campo, filho de família numerosa
e pobre, tinha um grande amor pela leitura, sem nenhuma predileção por estilos
ou escritores – lia pelo prazer de ler. E esse amor pelas letras foi o que me
influenciou e marcou para sempre: trago gravado em minha memória, não tão boa
quanto a dele, a sua imagem com um livro nas mão e alguns outros debaixo
de sua querida rede, onde gostava de ler acompanhado pelo gemido dos armadores.
E, por falar em memória, temos outra característica muita peculiar de meu avô.
Ele era um arquivo vivo e fiel. Sempre tinha um detalhe, uma história pra
contar sobre acontecimentos de pessoas e fatos, fossem eles de sua convivência
ou de longínquas paragens. Desde estudantes em busca de dados para suas
pesquisas escolares até pesquisadores ou escritores buscando subsídios para
seus futuros livros, meu avô era fonte certa e confiável de informações, as
quais ele tinha imenso prazer em dar, com todos os detalhes guardados em sua
memória prodigiosa. No trato familiar era um homem muito zeloso com a família e
um excelente provedor. Não tinha medo do trabalho pesado e chegou a constituir
um considerável patrimônio, dadas as suas limitadas condições de estudos. Mas,
com suas tenacidade e disposição, ele fez o que poderia ser considerado
titânico para muitos. Afetuoso, a seu modo, com os três filhos – Francisca,
minha mãe, Ana e Joaquim – e muito carinhoso com netos e bisnetos. Eu mesmo
nunca esquecerei que, quando ainda eu era criança, ele interrompia suas tarefas
para brincar comigo rolando no cimento frio da casa sede da Fazenda Tamanduá. Saudades,
meu amado avô. Por Cristovam
Dias – Estas e outras no diário de notícia de Célio Cavalcante
membro correspondente da ACEJI e do Jornal Circular da cidade de Sobral-Ceará.
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