COLUNA JORNALÍSTICA "CANTINHO DA SAUDADE" DE THIAGO ALVES
No próximo
mês a família Araújo e amigos estarão reunidos para celebrar o Centenário de
Nascimento do Dr. Adauto Araújo. O médico homenageado, que fez história tanto
na ginecologia como na agropecuária da região, deixou ilustrada prole. Conheça,
abaixo, um pouco da sua história. Joaquim Adauto Araújo nasceu em Santana do
Acaraú (CE) no dia 3 de agosto de 1915, sendo filho de João Alfredo Araújo e
Maria Eutália Araújo Marques. Depois de aprender as primeiras letras em sua
terra natal, aos nove anos foi estudar em Fortaleza, no Colégio Cearense, como
interno. Lá permaneceu de 1925
a 1931. Em 1932 seguiu para o Rio de Janeiro (RJ), onde
ingressou na Faculdade de Ciências Médicas do RJ em 1932. Diplomou-se em
09.12.1937, especializando-se em Ginecologia. Logo após formar-se adquiriu em
Fortaleza, sob a forma de empréstimo com pagamento parcelado, seu consultório,
cujos equipamentos foram transportados para Sobral.
Imediatamente o novo médico deu início a uma jornada de atendimento a
parturientes que durou décadas, chegando, em alguns casos fora de Sobral, a
necessitar até usar a força física, ou até arma de fogo, para realizar seu
trabalho. Caso da espécie é narrado pelo filho Francisco Régis Frota, no
livro Joaquim Adauto Araújo - O médico e o Homem. Em
07 de dezembro de 1940, na capela do Colégio Santana de Sobral, Mons. Domingo
Araújo oficiou seu casamento com Maria Ivone Frota, filha de José Mendes
Carneiro e Lucília Frota Mendes e prima do noivo. Ivone vivia como filha
adotiva de seu avô Estanislau Lúcio Carneiro da Frota.
O casal Ivone e Adauto gerou treze filhos – quatro mulheres e nove
homens. São eles: Rosa Maria (pedagoga), casada com Dr. José Edward Dias; João
Alfredo (médico), com Lídia Maria Vidal de Araújo; Geísa Maria, casada com
Tarcísio Dias; Adauto Filho (Engenheiro Civil), com Silvia Helena M. F. Araújo;
José Cid (Engenheiro Civil), com Elza Maria Rabelo Araújo; Francisco Régis
(economista e advogado), com Aurila Maria Carneiro Araújo; Célio (bancário),
com Maria do Amparo Silveira Araújo; Edson (Engenheiro Civil); Marcos Lúcio
(Cel. do Exército - Reserva), casada com Evanda Arruda Araújo; Maria Divone
(administradora de empresas), viúva de Francisco Dnalro G. Abreu; Márcio
(agropecuarista); Ney (agropecuarista e empresário); Lucília (empresária),
casada com Adilson Carlos Tavares Kataoka. Os filhos moram em Fortaleza com
dona Ivone, já aos 94 anos. Em Sobral,
durante muitos anos clinicou e ajudou gestantes no nascimento de muitos
cearenses. Além disso, estendeu sua atuação a várias cidades da região norte.
Em 1959, Dr. Adauto Araújo decidiu abandonar gradativamente a medicina.
Permaneceu atendendo apenas pacientes tradicionais e amigas. Na área da
ginecologia e da obstetrícia fez história nas décadas de 1940 e 1950. Dono de várias fazendas na região, passou a
dedicar-se mais à agropecuária e às suas propriedades. Dentre suas propriedades
podemos citar as fazendas Bahia, Raposa, Pitombeira, Andreza,
Paraná, Água Branca, localizadas em vários municípios, como Santana do Acaraú,
Forquilha, Santa Quitéria. Simultaneamente a
isso, também passou a acompanhar mais de perto a Usina Irmãos Araújo & Cia.
Ltda., que possuía em sociedade com seus irmãos Walter e Cláudio Araújo. A
empresa, que teve início em Santana do Acaraú, depois transferida para Sobral,
localizava-se na margem esquerda do rio Acaraú. A usina dos Araújos, como ficou
conhecida, era especializada no beneficiamento de algodão e extração de óleo e
funcionou da década de 1950 até 1990. Como
homem de temperamento forte, Dr. Adauto Araújo também teve de enfrentar várias
disputados judiciais. A maioria envolvia questões de terras com proprietários
vizinhos e até com parentes seus. Isso o fez tornar-se conhecedor de muitas
leis, bem como do trâmite dessas. Em seu
livro, Dr. Régis Frota afirma que, diferentemente dos colegas médicos, seu pai,
Dr. Adauto Araújo, “nunca conseguiu exercer um emprego público no sistema de
saúde sobralense, em virtude das perseguições políticas do deputado Chico
Monte”. Por conta disso, o ginecologista e obstetra encontrou barreiras quase
intransponíveis no exercício de sua profissão médica, mas conseguiu sobreviver
por longo tempo unicamente de suas consultas particulares e habilidades de
consultório. Como agropecuarista, Dr. Adauto
recebeu vários prêmios, com destaque para o de maior produtor de algodão da
Zona Norte do Estado do Ceará (1959). O algodão produzido em suas fazendas
alimentou por vários anos a usina de propriedade da família. Na área intelectual, Dr. Adauto Araújo pertenceu
à Academia Sobralense de Estudos e Letras. Ocupou a Cadeira nº 1, sendo
sucedido pelo Prof. Evaristo Linhares Lima (falecido), atualmente ocupada pelo
Desembargador Ademar Mendes Bezerra. Em 1988
um Acidente Vascular Cerebral (AVC) deixou várias seqüelas que mudaram
radicalmente a rotina do médico. Dr. Adauto Araújo ficou impedido de continuar
levando a vida de atuante agropecuarista como levava até então. A doença também
motivou a transferência definitiva de sua residência para Fortaleza.
Piorando-lhe a saúde, em 1991 teve de se submeter a uma delicada cirurgia cardíaca.
Mas não surtiu o efeito necessário e desejado. Dr.
Joaquim Adauto Araújo veio a falecer na capital cearense, aos 76 anos, na
madrugada de 12 de abril de 1992 (Domingo de Ramos). Está sepultada no
cemitério Parque da Paz daquela cidade. Fonte: http://www.jornalcorreiodasemana.com/css/index.php/cantinho-da-saudade/4476-cantinho-da-saudade
- Estas e outras no diário de notícia do Pesquisador da Pré-história e
Radioamador Célio Cavalcante membro correspondente da ACEJI e do Jornal
Circular da cidade de Sobral-Ceará.
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