domingo, 9 de agosto de 2009

ZANGADOS COM SEUS APELIDOS NA TERRA DO PADROEIRO SÃO FRANCISCO


Toda cidade do interior que se prezasse tinha que ter os seus doidos. Estes bravos que se zangavam com seus apelidos viviam perambulando pelas ruas, sendo vítimas das brincadeiras da meninada que não os deixavam sossegados. Os mais conhecidos do Povo Forquilhense chamava-se Gavião e Zé Drobão. O primeiro era um doido manso. Costumava conversar com o patrão João Jerônimo. A principal doidice dele era, quando a molecada assoviava no cântico do Gavião ou chamava Gavião. Certa vez seu Patrão mandou que ele fosse vender um sexto de laranja da terra na Rua do Comércio. O mesmo foi com muita raiva e gritava bem alto “Olha as laranjas é a dois mim reis, mas não vale merda!” Já o Zé Drobão não. Quando alguém pronunciava o seu nome passava a descompor as pessoas com todos os impropérios imaginados. O vocabulário era vasto. Um dia, Zé Drobão desapareceu de Forquilha. Foi esbarrar em Fortaleza, não se sabe como. Foi visto na Praça do Ferreira, Pelo forquilhense Kinca Frota que lhe reconheceu e gritou: - “Olha o Zé Drobão” - “Já sei, tem algum ‘fio duma égua’ do Forquilha aqui”. Podemos acender aqui também a história do pedreiro e jogador de futebol, que nasceu sem os dedos dos pés, conhecido pela velha guarda forquilhense de Pezinho. O mesmo gostava de tomar um golinho de cachaça após seu trabalho. Certa vez Pezinho tinha ingerido alguns tragos de álcool, e em seguida trafegava no Bairro do Papóco, quando de repente apareceu uma mulher com uma criança em seus braços que estava chorando, ao se aproximar do Pezinho a mulher disse: “Menino se cala o Pezinho come menino”. Pezinho respondeu com a voz bem alta, “O Pezinho não come menino, O Pezinho come a Mãe do Menino”. Nossa sincera homenagem aos nossos inteligentes que se zangava com seus apelidos: Leão; Pé de Pato; Caboclo Gago (seu caboquim); Pé de Nata; Vei Boinho; Zé Moreira; Carniça; Simudário; Coscorobiu, Pororoca; Chupa Osso muitos outros. Para ilustrar nossa reportagem se observa que Antigamente era comum, na maioria dos seminários, com seu quadro de Seminaristas receberam apelidos, talvez para facilitar a comunicação entre os colegas e lá no Seminário Seráfico Santo Antônio, em Santos Dumont - MG, não era diferente. No início do anos noventa eram "batizados" debaixo de uma torneira quando recebiam os "nomes" pelos quais seriam conhecidos no seminário e até hoje, muitos anos depois. Nem todos recebiam apelidos e os que recebiam tinham um motivo ou razão para que o apelido fosse colocado nele, como é o caso do Tachinha. No distrito de Forquilha não foi diferente.


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