quinta-feira, 8 de outubro de 2009

AVIADOR EUCLIDES PINTO MARTINS TRABALHOU NO IFOCS HOJE DNOCS

Nascido no dia 15 de abril de 1892, na cidade cearense de Camocim, próximo à fronteira com o Piauí, cedo seguiu para o Rio Grande do Norte. Seu pai, Antônio Pinto Martins era natural de Mossoró, este foi convidado a trabalhar como representante de uma empresa salineira em Macau, onde o jovem Pinto Martins foi batizado. Em 1900, seus pais se mudam para a capital do estado, onde o futuro aviador estudou no Colégio Atheneu e ingressou em um curso dedicado ao aprendizado das artes náuticas. Alguns anos depois embarca como oficial nos navios “Maranhão” e "Pará", ambos utilizados no transporte de passageiros e cargas. Devido a um acidente a bordo deste último, Pinto Martins abandona a carreira naval e retorna a Natal. Sem maiores perspectivas na pequena e provinciana capital nordestina, o irrequieto jovem decide seguir em 1909, com a ajuda do pai e de amigos, para os Estados Unidos. Seu destino era a cidade da Filadélfia, no estado da Pensilvânia, onde se matriculou no Drexel Institute of Arts, Science and Industry, onde se forma no ano de 1911 em Engenharia Mecânica. Apesar de toda a diferença cultural, do tradicionalismo e racismo norte-americano, o moreno sul-americano Pinto Martins se adapta bem a sociedade local e após sua formatura, se casa com a jovem Gertrudes McMullan. Regressa a Natal com a esposa, onde foi convidado pelo seu pai para trabalhar como engenheiro na Inspetoria Federal de Obras Contra a Seca (IFOCS). Algum tempo depois, passa a trabalhartilizados nomo oficial festas doon.nton. na Estrada de Ferro Central, então em construção. Durante o tempo em que esteve neste novo trabalho, Pinto Martins conheceu o engenheiro José Matoso Sampaio Correa, de quem se torna amigo e, no futuro, este contato vai ajudá-lo a trazer o primeiro aeroplano ao Rio Grande do Norte. Diante deste fracasso comercial, Pinto Martins continua nos Estados Unidos e decide então enveredar pela aviação. Em 1921 realiza um curso de pilotagem, onde consegue com sucesso o "brevet" de aviador. No meio aeronáutico ele conhece um instrutor chamado Walter Hinton. Piloto veterano da I Guerra Mundial, aviador com larga experiência, Hinton havia participado em maio de 1919, oito anos antes do afamado vôo do também norte-americano Charles Lindbergh, da primeira travessia sobre o Oceano Atlântico pelo ar. Enquanto Lindbergh fora pioneiro na travessia em solitário, no vôo em que Hinton participou, a Marinha Norte-americana disponibilizou uma esquadrilha de quatro bombardeiros Curtiss NC. Desta esquadrilha, apenas o avião do então tenente Hinton, com seus seis tripulantes, conseguiu completar integralmente o percurso. Este cobriu primeiramente à distância entre Nova York e o arquipélago português dos Açores, depois para Lisboa e finalmente uma última etapa entre Portugal e a Inglaterra, com chegada triunfal em Londres. Entre o brasileiro e o norte-americano surge uma amizade, onde novos projetos são criados. Em pouco tempo idealizam um “raid” aéreo, o primeiro que vai ligar Nova Iorque ao Rio de Janeiro. Os dois aviadores buscam apoios e encontram no banqueiro Andrew Smith Jr, a obtenção de verbas para o projeto. Decidem utilizar um hidroavião modelo Curtiss, biplano, com 28 metros de envergadura, com dois motores "liberty" de 400 hp cada um e com peso de oito toneladas. A tripulação, além de Hinton como piloto, Pinto Martins como co-piloto e navegador, tinha como mecânico John Edward Wilshusen, que trabalhava na fábrica Curtiss. Além destes, duas pessoas que faziam parte da aventura tinham a função de divulgarem pelo mundo afora este vôo; um deles é o jornalista George Thomas Bye, do jornal nova-iorquino “The New York World” e por fim o cinegrafista John Thomas Baltzel, da empresa cinematográfica “Pathé News”. O interessante é que mesmo o projeto sendo financiado por um banqueiro norte-americano, utilizando um avião fabricado neste país, apoiados por um prestigiado jornal nova-iorquino, com quatro, dos cinco tripulantes, nascidos nos Estados Unidos, o avião é batizado como "Sampaio Correia". Era uma homenagem ao amigo de Pinto Martins, que nesta época exercia então os mandatos de Senador da República e de Presidente do Aeroclube do Brasil. Uma parte do apoio fornecido pelo Brasil a este vôo, teve a força política deste senador que trabalha em favor do desenvolvimento da aviação em nosso país. Ainda jovem e em fins de 1922 foi escolhido como parte da tripulação de um avião fretado pelo jornal "The New York World", que patrocinava a tentativa de uma viagem aérea pioneira entre as Américas do Norte e do Sul. Aquela foi uma época de grandes raides mas se hoje é ainda temerário sobrevoar a Amazônia em aeronaves pequenas, na década de 1920 isso quase beirava a loucura. A viagem começou em Nova Iorque, em novembro de 1922, e terminou no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1923, após terem sido cobertos os 5678 quilômetros do percurso com cem horas de vôo a cada instante interrompidos pelos mais variados problemas, e primeiro pouso em águas brasileiras ocorreu no dia 17 de novembro de 1922, quando Martins e seus colegas americanos aterrissaram na foz do rio Cunani. O episódio foi posteriormente narrado pelo próprio Pinto Martins a um repórter do Jornal "O Estado do Pará": "Quando levantamos vôo de Caiena encontramos forte temporal pela proa. Rompemos o mau tempo com dificuldade, mas tivemos de procurar abrigo. Tomei a direção do aparelho (ele era co-piloto) e depois de reconhecer o rio Cunani aí descemos às 3,30 horas. O tempo, lá fora, era mpetuoso e ameaçador. Não nos foi possível prosseguir e passamos a noite matando mosquitos e com bastante fome, pois não contávamos interromper a rota..." Essa e outras aventuras tornaram a viagem New York-Rio uma terrível aventura de obstáculos, só superados pela coragem dos tripulantes. Martins foi recebido pelo presidente Artur Bernardes e recebeu um prêmio de 200 contos de réis. Viajou à Europa, voltou ao Rio e iniciou negociações para explorar petróleo. Foi quando ocorreu sua morte brutal, no dia 12 de abril de 1924. Até hoje o episódo não está bem explicado, mas Monteiro Lobato, em seu livro "Escândalo do Petróleoe do Ferro", sustenta que Martins foi vítima dos poderosos lobbies interessados em atrasar o desenvolvimento brasileiro. Fonte: http://www.fundacaorampa.com.br/artigos/artigo_pito%20martins.doc

Nenhum comentário:

Postar um comentário