sábado, 17 de julho de 2010

MISCIGENAÇÃO RACIAL DOS POVOS INDÍGENAS CEARENSES

O Estado do Ceará tem origem fortemente vinculada aos povos indígenas. O próprio nome do Estado provém de "ciará" ou "siará", que significa "canto da jandaia", que na linguagem em tupi é um tipo de papagaio. Um decreto da Assembléia Provincial do Ceará, em 1863, declarou que não haviam mais índios na província. Então eles passaram a ser desacreditados, perseguidos e tiveram suas terras invadidas. Somente na década de 1980, os índios cearenses começaram a reinvidicar seus direitos de posse de terra e o reconhecimento de suas etnias. De acordo com dados da FUNASA, o Estado do Ceará tem 15 etnias indígenas reconhecidas com uma população de 22.579 indígenas que se encontram principalmente nos Municípios de Poranga, Aquiráz, Crateús, Trairi, Itarema, Maracanaú, Pacatuba, Viçosa do Ceará e Caucaia. É bom que se diga que alguns escritores não mencionaram nossa cidade de Forquilha como passagem destes nativos, que mapearam nosso território com suas artes rupestre mais como pesquisador de nossa sagrada Pré-história e sendo conhecido por alguns intelectuais do Mundo Cientifico de Célio Cavalcante (Guardião da Arqueologia Cearense), não poderia de deixar de registrar uma ascensionária de família indígena única moradora da Serra da Barriga em Forquilha, Senhora Julia Alves Matias 65 anos, filha de Francisco Alves Pereira e de Maria Mercê da Conceição que teve que deixar seu habitar familiar, onde nasceu naquela Serra, pois o único olho D’água que nunca tinha secado nem na seca de 1958, este ano de 2007 tinha secado. “Água fonte de Vida”. Também encontramos seu irmão Senhor Jaime Alves Matias que confessou que tinha nascido naquela Serra, e por falta D’água, estava retirando sua irmã para morar em outro local onde existisse água. Dona Julia não conhece objetos tecnológicos e sim a luz do Sol e das Estrelas, seus ancestrais indígenas vieram da Serra da Uruburetama para habitar a Serra da Barriga na década dos anos 20. O certo que nossos indígenas também se espalharam em outras três cidades da Região Noroeste cearense entre elas: Santana do Acaraú – Meruoca – Ririutaba e Ubajara. Aqui acendemos um Pequeno Histórico dos Povos Indígenas Cearenses O reconhecimento da origem étnica do povo Anacé é uma vitória a ser registrada do histórico das lutas dos povos indígenas no Ceará, marcado por violência, descaso e repressão estatal. No Ceará habitavam diversos povos até a intervenção colonial no século XVI. A política indigenista na época era de guerra, saque e apropriação de seus territórios, utilização de mão de obra escrava. Em 1863, o Governo Provincial decreta não haver mais índios no Ceará. Alega que os indígenas foram mortos ou fugiram. Desta forma os territórios indígenas podiam ser usurpados. Ocorre que os povos indígenas não são eliminados por decretos, nem por guerra ou qualquer tipo de perseguição e aviltamento. Como estratégia de sobrevivência, as populações indígenas optaram por ocultar sua identidade, sobretudo nos aspectos mais exteriores. Deixaram de falar a língua e adoraram alguns elementos do catolicismo popular que assemelhavam aos seus costumes religiosos. A partir de 1983, com ajuda da Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Fortaleza, o Povo Tapeba, no município de Caucaia, declara-se indígena. Começam um processo de luta pelo reconhecimento étnico, demarcação de seu território e políticas públicas de educação, saúde, etc. Hoje, vinte anos depois, são doze povos: Anacé (São Gonçalo do Amarante); Jenipapo-Kanidé (Aquirás); Kanindé (Aratuba e Canindé); Kariri (Crateús); Kalabaça (Crateús, Poranga e Itaporanga); Paupina (Messejana, Fortaleza); Pitaguary (Maracanaú e Pacatuba); Potiguara (Crateús, Monsenhor Tabosa); Tabajara (Crateús e Monsenhor Tabosa); Tapeba (Caucaia) Tremembé (Itarema, Acaraú e Itapipoca); Tupinambá (Crateús). Estas e outras no diário de notícia do Guardião da Arqueologia Cearense.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo trabalho. Sou do Vale do Jaguaribe, mas meu pai (e toda a sua família) descendem dos povos que habitam a serra da Meruoca, na época pertencente ainda a Sobral.

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