terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ESCRAVOS AFRICANOS ESPALHAM PELO BRASIL A PRÁTICA DE MODIFICAR INTENCIONALMENTE A FORMA DOS DENTES

                Bocas afiadas e enfeitadas


Na escavação da primeira Catedral da Sé do Brasil, fundada em Salvador em 1552 e demolida em 1933, foram achados alguns crânios com os dentes da frente mutilados entre os restos de esqueletos que se encontravam no adro da igreja. Os chamados dentes de piranha eram os mais notados, mas não os únicos. Também havia dentes quebrados com a forma da letra V invertida e outros com quebras dos contornos quadrangulares. Para alguém ser enterrado no interior das igrejas, era preciso pagar pela cova, restando o adro, o lado de fora, para os que não tinham dinheiro. Ali poderiam ser sepultados até por caridade. Era o caso, principalmente, dos escravos, o que leva a crer que eram deles os tais crânios. Sabendo-se que a população de Salvador foi e ainda é majoritariamente negra e mestiça, que os índios representavam parcela ínfima dos soteropolitanos e que esses crânios datam do período entre os séculos XVIII e XIX, quando foi maior o volume do tráfico negreiro, as chances de os dentes serem mesmo de negros africanos aumentam ainda mais. A própria variedade de formatos das mutilações aponta para uma origem africana dos esqueletos, pois entre os índios brasileiros só foram encontradas mutilações do tipo dente de piranha, em forma de pontas afiadas. “Este máo e estupido costume foi transmittido ao Brazil, de envolta com tantissimos outros de igual demérito, pelos escravos africanos”, escreveu Ladislau Netto (1838-1894), diretor do Museu Nacional, sobre o corte artificial dos dentes observado entre sertanejos, em artigo publicado em 1882. Por Andersen Liryo - Fonte com maiores informações no site: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/artigos-revista/bocas-afiadas-e-enfeitadas - Estas e outras no diário de notícia do Pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante membro do Conselho Consultivo do Centro Brasileiro de Arqueologia-CBA e Correspondente da Sociedade Paraibana de Arqueologia-SPA

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