A Escola de Cidadania Moésio Loiola de Melo Júnior
conhecida como Colégio Modelo, parabeniza a aluna Maria Gerlúcia Bezerra de
Sousa pelo mérito de ser premiada na etapa regional da 3° edição da Olimpíada
de Língua Portuguesa Escrevendo o futuro, na categoria Memórias literárias, com
a redação “Raízes da Minha Terra”.
Devido seu excelente desempenho a aluna Maria Gerlúcia viajará a São
Paulo no dia 11 de novembro para participar de oficinas de aprimoramento de seu
texto. Logo após concorrerá a classificação da etapa final e nacional que será
em Brasília, no mês de dezembro. O núcleo Gestor, professores, alunos e funcionários,
estão na torcida de sua premiação a nível nacional.
TÍTULO: RAÍZES DA MINHA TERRA
No interior de uma pequena cidade chamada
Forquilha, no Ceará, havia um sertão conhecido por Oriente. Minha mãe me falou
que ali nasci e por muito tempo fui os quereres da família. Os anos passaram e
eu fui crescendo vendo minha mãe cuidando da casa e meu pai trabalhando na
roça. Lembro bem da minha casinha feita de taipa. Nossa casa não tinha energia
elétrica. A iluminação era feita através de lampiões a gás. Não havia por perto
construções de tijolos, só de barro feito a nossa. Minha casa era grande onde
podíamos brincar a vontade, correndo pelo comprido corredor. Eu e meus irmãos
acordávamos cedo para tomar o café e ficávamos conversando e planejando nosso
dia. As horas se passavam lentamente. Não tínhamos relógio. O que nos fazia
acordar era o canto dos passarinhos, o cantar do galo, a luz que entrava pela frestas das telhas. De manhã, ao olharmos o céu azul
sem muitas nuvens no horizonte, sentíamos calmamente a alegria dos pássaros e
víamos o revoar das rolinhas e sabias nos pés de algarobas que ficavam na
frente de nossa casa. Recordo em que algumas vezes a noite ficava fria e o
amanhecer era nublado. Notava que havia caído um leve sereno e a terra soltava
um cheiro bom e agradável de terra molhada. Era tão lindo ver a minha casa no
alto da serra, perto de um açude com águas azuis. Lembro que íamos para lá
buscar água para beber e para os afazeres.
Andávamos lentamente, apreciando a vegetação e os seus inúmeros
habitantes. Ao longo do caminho inventávamos brincadeiras e ríamos das topadas
que eram inevitáveis. Em tempo de chuva era ótimo, pois o açude sangrava e não
faltavam as pescarias. No inverno meu pai nos levava para ajudá-lo no roçado.
Ensinava-nos a capinar, a plantar, a colher. A colheita era boa e a fartura
prosperava lá em casa. Tínhamos milho verde, feijão, melancia, jerimum e
batata. Algumas vezes íamos para cidade. O caminho era longo e bastante
cansativo. Percorríamos uma vereda, muitas vezes de bicicleta, outras a pé. Era
dureza, mas a nossa alegria vencia os obstáculos. À noite, mesmo com pouca
iluminação, a escuridão fazia-nos repousar no alpendre e ficávamos contando as
estrelas e ouvindo o canto dos grilos. Minha mãe contou-me que nada era tão
prazeroso e tão agradável ver nossa família reunida. O tempo foi passando e por causa da seca que
nos castigava, tivemos que nos mudar do tão querido sertão. Foi difícil sair
dali e deixar tudo para trás , carregando somente as alegrias e tristezas que
ficaram no Oriente.Ficou apenas minha infância cercada de muitas saudades. Por Maria
Gerlúcia Bezerra de Sousa aluna da Escola de
Cidadania Moésio Loiola de Melo Júnior da cidade de Forquilha-Ce. Estas e outras no diário de notícia de Célio Cavalcante, membro correspondente da ACEJI.
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