quarta-feira, 7 de novembro de 2012

FORQUILHA RUMO A OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA

A Escola de Cidadania Moésio Loiola de Melo Júnior conhecida como Colégio Modelo, parabeniza a aluna Maria Gerlúcia Bezerra de Sousa pelo mérito de ser premiada na etapa regional da 3° edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o futuro, na categoria Memórias literárias, com a redação “Raízes da Minha Terra”.  Devido seu excelente desempenho a aluna Maria Gerlúcia viajará a São Paulo no dia 11 de novembro para participar de oficinas de aprimoramento de seu texto. Logo após concorrerá a classificação da etapa final e nacional que será em Brasília, no mês de dezembro. O núcleo Gestor, professores, alunos e funcionários, estão na torcida de sua premiação a nível nacional.
 TÍTULO: RAÍZES DA MINHA TERRA
No interior de uma pequena cidade chamada Forquilha, no Ceará, havia um sertão conhecido por Oriente. Minha mãe me falou que ali nasci e por muito tempo fui os quereres da família. Os anos passaram e eu fui crescendo vendo minha mãe cuidando da casa e meu pai trabalhando na roça. Lembro bem da minha casinha feita de taipa. Nossa casa não tinha energia elétrica. A iluminação era feita através de lampiões a gás. Não havia por perto construções de tijolos, só de barro feito a nossa. Minha casa era grande onde podíamos brincar a vontade, correndo pelo comprido corredor. Eu e meus irmãos acordávamos cedo para tomar o café e ficávamos conversando e planejando nosso dia. As horas se passavam lentamente. Não tínhamos relógio. O que nos fazia acordar era o canto dos passarinhos, o cantar do galo, a luz que entrava pela frestas  das telhas. De manhã, ao olharmos o céu azul sem muitas nuvens no horizonte, sentíamos calmamente a alegria dos pássaros e víamos o revoar das rolinhas e sabias nos pés de algarobas que ficavam na frente de nossa casa. Recordo em que algumas vezes a noite ficava fria e o amanhecer era nublado. Notava que havia caído um leve sereno e a terra soltava um cheiro bom e agradável de terra molhada. Era tão lindo ver a minha casa no alto da serra, perto de um açude com águas azuis. Lembro que íamos para lá buscar água para beber e para os afazeres.  Andávamos lentamente, apreciando a vegetação e os seus inúmeros habitantes. Ao longo do caminho inventávamos brincadeiras e ríamos das topadas que eram inevitáveis. Em tempo de chuva era ótimo, pois o açude sangrava e não faltavam as pescarias. No inverno meu pai nos levava para ajudá-lo no roçado. Ensinava-nos a capinar, a plantar, a colher. A colheita era boa e a fartura prosperava lá em casa. Tínhamos milho verde, feijão, melancia, jerimum e batata. Algumas vezes íamos para cidade. O caminho era longo e bastante cansativo. Percorríamos uma vereda, muitas vezes de bicicleta, outras a pé. Era dureza, mas a nossa alegria vencia os obstáculos. À noite, mesmo com pouca iluminação, a escuridão fazia-nos repousar no alpendre e ficávamos contando as estrelas e ouvindo o canto dos grilos. Minha mãe contou-me que nada era tão prazeroso e tão agradável ver nossa família reunida.  O tempo foi passando e por causa da seca que nos castigava, tivemos que nos mudar do tão querido sertão. Foi difícil sair dali e deixar tudo para trás , carregando somente as alegrias e tristezas que ficaram no Oriente.Ficou apenas minha infância cercada de muitas saudades. Por Maria Gerlúcia Bezerra de Sousa aluna da Escola de Cidadania Moésio Loiola de Melo Júnior da cidade de Forquilha-Ce. Estas e outras no diário de notícia de Célio Cavalcante, membro correspondente da ACEJI.

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