Era o ano de
1962, quando o funcionário do DNOCS Sr. Abelardo Cavalcante de Vasconcelos (Patriarca
da Emancipação Política de Forquilha hoje In memoriam), vai à cidade de Sobral-Ce,
e compra em uma Loja de Eletrodoméstico um rádio da marca Tetespark valvulado. Lembro-me
de quando aquele aparelho chegou a nossa residência no acampamento do DNOCS,
aonde eu tinha apenas cinco anos de idade. Meu genitor Abelardinho como era
conhecido logo abriu aquele aparelho e começou a sintonizar as emissoras do
rádio sobralense: Iracema, Educadora e Tupinambá. A voz talentosa dos
radialistas José Maria Soares; Marcos da Cruz; Onofre Viana; Alcides Santos;
Guajará Cialdine Clerton Viana; Expedito Vasconcelos; Rui Silva e muitos outros
apresentavam com suas majestades eloqüência os programas: Jornal Sonoro H 22; (José
Maria Soares); Encontro Com a Verdade, apresentado pelo Pe. José Palhano de Sabóia; Sendo rebatido na Rádio Educadora pelo Pe. Sabino Guimarães Loyola; Polícia e mais
notícias, apresentado por Marcelo Palhano, com a participação do Zé Fonfon; Clube
do Disco; Seu Presente é Música; Destaques da Sociedade entre outros da mídia radiofônica
da princesa do Norte. À noite depois da
hora do Brasil acontecia o bazar do Rádio. Aqui termino como dizia nossa
Imortal Escritora Rachel de Queiroz “Sei
que o homem desembarcar na Lua foi o fato mais importante do século – e quem
sabe até da história do mundo. Mas a divulgação do rádio transistor teve um
alcance muito maior, em sentido imediato. Não conheço outra criação do
progresso que possuísse tal capacidade de penetração nem fosse tão rapidamente
aceita pelas populações mais atrasadas. Máquina de costura, luz elétrica, tudo
isso espalhou-se depressa e profundamente – mas não chega aos pés do rádio de
pilha. pode faltar na casa o
dinheiro para o fumo ou o café, para a rede nova, para o corte de pano da
mulher, mas não faltará para o carrego do rádio – ou seja, carga de pilhas do
aparelho. E também, sendo o rádio objeto de tão indispensável presença em todos
os lares, e sendo quase sempre escasso o dinheiro em moeda corrente, os rádios
são negociados nas barganhas mais singulares: um rádio novo por dois
bacurinhos, um saco de milho e meia arroba de algodão; um rádio velho, já
passado por muitas mãos, por amarrado de frangos e um relógio de pulso com
corda quebrada; um rádio ainda mais ou menos por tantos dias de serviço, uma
lanterna de pilha sem carrego e uma ninhada de ovos de galinha indiana...” Por
Célio Cavalcante radialista correspondente da ACEJI.
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