terça-feira, 9 de outubro de 2012

PACUJÁ COM SEUS REGISTROS ARQUEOLÓGICOS

SERRA DA IBIAPABA (25/2/2007)
Descobertas arqueológicas
 
Natércia Rocha
Inscrições rupestres encontradas na localidade de Serrinha, Serra da Ibiapaba. O local vem despertando a atenção de pesquisadores interessados em registros da evolução da vida na Terra

Na localidade de Serrinha, Serra da Ibiapaba, vem sendo descobertos significativos registros arqueológicos.
Pacujá. Um braço da Serra da Ibiapaba, conhecido como Serrinha, na região norte do Ceará onde estão os Municípios de Pacujá, Graça e Reriutaba, vem chamando atenção da comunidade científica pela incidência, cada vez mais freqüente, de registros da evolução da vida na Terra. Por lá tem de tudo um pouco: sítio paleontológico com vestígios de organismos invertebrados, impressos em rochas, chamados pela ciência de icnofósseis, com idade de 450 milhões de anos e que são a prova cabal de que tudo no lugar já foi coberto pelo mar.
Tem sítio arqueológico onde foram encontrados instrumentos líticos pré-históricos, como machadinhas, batedores
Natércia Rocha
Urna funerária encontrada na zona norte do Estado, integra acervo do Museu de Pacujá
cortantes, mãos de pilão, pilões em pedras, raspadores, arte lítica em forma de castanha de caju e até urnas funerárias. Tem, pelo menos, oito grutas registradas no Cadastro Nacional das Cavernas (CNC), da Sociedade Brasileira de Espeleologia e ambientes em que, pela diversidade e tipos de rochas, provavelmente, ocorreram erupções vulcânicas.

Pinturas rupestres

Mas, uma novidade recentemente descoberta e divulgada pelo diretor do Museu de Pacujá (MUP), Antônio Alancardé Leopoldino, vem revelar mais uma marca da passagem do homem pré-histórico pelas bandas de cá. De acordo com o professor, autodidata na área da pesquisa, é a primeira vez que se tem notícia de pinturas rupestres em rochas na região da Serrinha.
A descoberta é inédita, tanto para o grande público que desconhece a localiza
Natércia Rocha
Família residente no terreno da localidade de Cabaceiras, onde foram encontradas as pinturas rupestres
 ção exata do achado, quanto para estudiosos que ainda não vieram conferir a boa nova. Nem mesmo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), órgão responsável pela proteção e preservação desse tipo de material, ainda não foi notificado formalmente da novidade.
O Diário do Nordeste foi conferir o mais novo possível achado arqueológico da região e se embrenhou pelo sopé da Serra, no lombo de uma moto do início da década de 90. Atravessou quase 20 quilômetros de piçarral, com trechos de água corrente até o joelho, passou por belíssimos fragmentos de vegetação de Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga, e chegou à localidade de Cabaceiras, município de Reriutaba.
É lá que dona Quitéria mora com as três filhas: Carol 
Natércia Rocha
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Icnofósseis, vestígios de invertebrados marinhos descobertos no Estado
ina, Sofia e Antônia, todas de Medeiros, sobrenome do marido falecido há 13 anos, um dos primeiros proprietários do terreno onde estão as possíveis pinturas milenares. Dona Quitéria confessa que “dava fé daquilo”, mas nunca tinha dado atenção. Conta que, outro dia, “um monte de aluno das redondeza vieram”, acompanhado das respectivas professoras, “espiar as pintura” do lugar.

Foram encontrados desenhos feitos à base de pigmentos avermelhados, aparentemente sem nexo e que formam figuras geométricas, como losangos, com pontas interligadas; quadrado com círculos nas extremidades; retas paralelas ligadas por traços menores e outros imperceptíveis pelo desgaste do tempo.

Enquanto os estudiosos não chegam para explicar o que significa aquilo tudo, Carol, a filha mais nova, usa a imaginação. “Eu digo que aqui pode ser aquele negócio parecido com relógio do tempo. E esse aqui acho igualzinho uma escada” e assim vai.

Ainda não se sabe, pelas observações iniciais, a que imagens os desenhos rupestres fazem referência. O fato é que as pinturas estão na rocha, preservadas naturalmente por uma inclinação que as protege de sol, chuva e da ação humana. No quintal de dona Quitéria tem, ainda, pilões naturais, um deles sobre a rocha onde estão os desenhos. 
Estas e outras no JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE.

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