Crato. A maior escavação arqueológica já realizada no Cariri está
acontecendo até o próximo dia 10, no Sítio Lagoa Encantada, na cidade do Crato.
O trabalho envolve uma equipe de 18 pessoas, entre arqueólogos e estudantes de
instituições da região e outros Estados do Nordeste. As escavações foram
iniciadas no último dia 1º. Mais de 200 peças arqueológicas já foram
encontradas na área, entre artefatos cerâmicos e lítico. A coordenação do
projeto classifica o trabalho da equipe como positivo, e o material, caracterizado
pela diversidade, será analisado e classificado no laboratório da Arqueologia
da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda. Pesquisadores do Piauí,
Pernambuco e Ceará, sob a coordenação de Rosiane Limaverde, da Fundação Casa
Grande, realizam a maior escavação arqueológica já feita no Cariri fotos:
Elizângela Santos. A área onde está ocorrendo as escavações, com a presença de
cinco arqueólogos das universidades federais do Piauí e do Pernambuco,
liderados pela arqueóloga da Casa Grande, Rosiane Limaverde, é apenas uma
amostra da riqueza de materiais que podem ser encontrados durante a pesquisa. O
local havia sido interditado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (Iphan) em maio deste ano, e liberado apenas em novembro, para ser
iniciado o trabalho de prospecção. Todo o terreno poderá conter uma grande
riqueza de materiais para estudos da diversidade do povo antigo que habitou a
área da Chapada do Araripe. A esperança, até o fim da escavação, é que
sejam encontradas peças completas, a exemplo de urnas funerárias indígenas.
Depoimentos de moradores do Sítio São Bento, área vizinha onde foi realizada
uma escavação há poucos anos, dão conta de urnas funerárias já encontradas no
local. O achado no mês de maio deste ano por trabalhadores que retiravam areia
para a construção civil, na região, poderia ter sido preservado, caso não
tivesse sido destruído. Há indícios, segundo o depoimento de um deles, de que
realmente era uma urna que se encontrava há quase dois metros de profundidade.
O que restou foi uma espécie de prato de barro, utilizado provavelmente pelos
indígenas que habitaram a área às margens do Rio Batateiras. A arqueóloga Rosiane Limaverde afirma que a esperança é
encontrar materiais melhor preservados. O local já passou por várias intervenções
do homem. Segundo a pesquisadora - que há mais de duas décadas tem feito
estudos na área, não apenas no local onde está ocorrendo a prospecção, mas em
sítios vizinhos e até mesmo na Vila São Bento - há indícios de que uma
diversidade de material possa ser encontrada. Os artefatos encontrados até o
momento, em sua maioria, está relacionado ao dia a dia dos moradores. São os
utensílios domésticos e ferramentas de trabalho. Outro grande foco do
projeto, de acordo com Rosiane Limaverde, é o processo educacional, que
estimule o estudo e a pesquisa em Arqueologia na Chapada do Araripe. Para
isso, está havendo a participação de integrantes da Casa Grande e também de
cursos como História, Geografia e Biologia, da Urca. Ela destaca a importância
de haver um estímulo maior por parte das instituições, no intuito de ampliar os
estudos na área. "Há muito ainda o que fazer. Temos grande quantidade de
material para ser descoberto e estudado", diz a arqueóloga, ao destacar a
diversidade dos povoamentos na região. Fonte Jornal Diário do Nordeste
- Página "Regional" Site:http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1211361 -
Estas e outras no diário de notícia do povo cearense.
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