JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE
Denúncia é de que pessoas estariam depredando as
áreas, que ficam em Alto Santo e Jaguaribara Matusalém Maia mostra
as marcas da degradação nas rochas de Jaguaribara fotos: divulgação O Iphan vai enviar uma equipe, na próxima semana, para
analisar as gravuras rupestres. Região poderá ganhar proteção do governo federal. Limoeiro do Norte Vereador do município de Jaguaribara, a 219 km da capital, denuncia
depredação de possíveis sítios arqueológicos em comunidades de Alto Santo e
Jaguaribara. A exploração da área estaria acontecendo há vários anos, porém,
desde o ano passado, as extrações estão ocorrendo com maior frequência. O
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que as
áreas não são do conhecimento do instituto e que será feita uma vistoria no
local. De acordo com Matuzalém Maia, vereador em Jaguaribara, os
possíveis sítios estão localizados nas comunidades de Lagoa Grande e Recanto,
no município de Alto Santo e Mandacaru, em Jaguaribara. As áreas estão repletas
de pedras com gravuras antigas. Ele garante que desde a época de seu avô, a
população das comunidades vizinhas já tinha o conhecimento destes desenhos.
"Me lembro que desde a época do meu avô já se falavam desses desenhos
nessas pedras. Dois locais têm diversas inscrições antigas em pedras, perto de
um lago, que ficam Alto Santo, perto da divisa com Jaguaribara", explica.
Mesmo não tendo o reconhecimento do Iphan, ele garante que são desenhos
rupestres. "Mesmo não sendo uma área reconhecida pelo Iphan, sem dúvida são
desenhos antigos. O patrimônio histórico do lugar está sendo destruído há
alguns anos por pessoas desconhecidas, estão depredando e extraindo os desenhos
das pedras", reclama. Diante da situação, o vereador decidiu fazer
o registro fotográfico destas três áreas e leva-las à Superintendência do
Iphan, em Fortaleza, para que a área passe a ser protegida. Há um mês Matuzalém
vem guardando fotografias como provas da exploração do local. "Eu nunca vi
ninguém fazendo extração, mas as fotos mostram a depredação do local. Pela
forma que pode ser vista nas fotos, eles têm usado máquinas pesadas para
perfurar as pedras, coisa que não é muito fácil. Eles tiram os desenhos das
pedras e levam embora, só posso imaginar que isso seja para fins comerciais, e
não é de agora que estão fazendo isso", reclama. O vereador garante
que há pelos menos um ano a depredação do local é feita de forma mais
constante. Ele afirma também que são utilizados explosivos para retirada das
pedras. "Pela forma como o local é deixado, isso não é coisa manual
não", afirma Matuzalém. Ele chegou a questionar com moradores das
redondezas se eles tinham notícias de quem faziam isso, mas ninguém soube
informar.
FALTA RECONHECIMENTO
Na manhã da última sexta feira (22), o vereador levou
as fotos para a sede do Iphan, afim de formalizar a denúncia. "Eles
disseram que a área não era reconhecida e que eles iam fazer uma vistoria pra
confirmar se são mesmo sítios arqueológicos e ai fazer o cadastro como área de
proteção", contou. De acordo com o Superintendente do Iphan no Ceará,
Ramiro Teles, é impossível que o Iphan previna esse tipo de ações em áreas
ainda não reconhecidas. "É muito difícil sabermos todas as áreas que ainda
não estão cadastradas, o território cearense é muito grande, então é inevitável
esse tipo de exploração em áreas desconhecidas". Sobre as fotos, Teles
afirma que se trata sim de sítios arqueológicos com pinturas rupestres.
"Mesmo não tendo certeza, mas pelas fotos tudo indica que são gravuras
rupestres. Na próxima semana, será enviada uma equipe para as áreas para que
sejam feitas vistorias e assim, se confirmando o sítio arqueológico, eles serão
áreas de proteção da União e qualquer atividade de remoção e retirada é ilegal
é crime federal", informou. A Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961 dispõe
sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos em todo território nacional.
Após a vistoria e a constatação, os locais poderão fazer parte do Cadastro
Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA), onde apresenta sítios arqueológicos
brasileiros cadastrados no Iphan, com todo o detalhamento técnico e filiação
cultural dos sítios. O Ceará possui 525 registros de sítios arqueológicos
históricos, pré-colonial e de contato, que podem ser consultados através do
site do Iphan. No Brasil, são mais de 20 mil já confirmados e catalogados. O
sistema nacional é constantemente atualizado diante de novas descobertas. Após
o cadastramento de novos sítios, os locais só podem ser escavados para estudos
mediante autorização Federal. Escavações e exploração ilegal da área é
considerada crime, com pagamento de multa. Para Matuzalém Maia, a proteção da
área dará novas oportunidades para a região, no que compete ao turismo e a
preservação cultural da localidade. Mais Informações –
Iphan Rua Liberato Barroso, 525, Praça José Alencar, Bairro Centro, Fortaleza
(CE) Telefone: (85) 3221.6263. Colaboradora ELLEN FREITAS do Jornal Diário do Nordeste Coluna Regional. Fonte oficial da Matéria Jornalistica no site:
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1246159 - Estas e outras neste noticioso do povo forquilhense.
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