sábado, 7 de março de 2015

EM CARIRÉ ESCOLA DONA MARIETA CALS PROMOVEU AULA DE CAMPO PARA SEUS ALUNOS SOBRE OS MONUMENTOS PRÉ-HISTÓRICO EXISTENTE EM SEU MUNICÍPIO CEARENSE.

A Escola Dona Marieta Cals no dia 04 de Março (quarta-feira) inaugurou as atividades do Projeto Cariré Além dos Muros, iniciativa que visa valorizar a memória e o patrimônio histórico-cultural do nosso município e estabelecer interdisciplinaridade nas aulas através de diálogos entre os diferentes campos de conhecimento, para ter maior proveito possível para os estudantes. O projeto, criado em 2013, com uma aula de campo nas ruas da cidade, agora foi para o campo, numa viagem à pré-história brasileira na localidade de Tanques, numa visita à Pedra do Sino, onde é possível ver pinturas rupestres feitas pelos povos pré-cabralinos.
Vista da barragem feita por escravos.
A aula de campo foi realizada no contra turno, para todos os alunos interessados que realizaram a inscrição no Centro de Multimeios. Chegamos ao local e logo deparamos com uma barragem construída no período imperial com a mão de obra dos escravos, estrutura utilizada pelos moradores das redondezas e fazendeiros. Mata adentro, aos poucos pudemos visualizar as pinturas rupestres no percurso até a Pedra do Sino. As pinturas encontradas na região são da Tradição Agreste, feitas de maneira grosseira, de grande tamanho, sem preocupação pela delineação da figura e com um preenchimento realizado negligentemente, mas cobrindo extensas superfícies.
As inscrições da Pedra do Sino são de formas geométricas indefinidas e não possuem significado conhecido de forma que possamos afirmar precisamente, mas teorias são elaboradas acerca delas, que podem simbolizar, por exemplo: rituais religiosos, demarcações de território, indicação de localização de olho d’água, mapas da organização social da tribo e produção agrícola. Infelizmente, ainda não existem registros de produção acadêmica sobre as pinturas rupestres do local, mas mesmo assim nós da Escola Dona Marieta Cals, procuramos divulgar e incentivar a valorização desse patrimônio.
Chegada ao ambiente.
Finalmente, ao chegar à Pedra do Sino, algumas pessoas subiram até a rocha para demonstrar o porquê de ela ser chamada dessa forma, batendo outras pedras sobre ela, o que faz emitir um som similar a de um sino. Segundo os professores de Geografia, Alan Soares e Geovânia Rodrigues, a rocha é de formação magmática e é puro basalto, mas como surgiu de um processo eruptivo do assoalho do oceano (o sertão já foi mar), pode existir água em sua composição.
Especula-se que a Pedra do Sino possa ter sido usada nos rituais religiosos pelos índios habitantes da região, e segundo pesquisadores do INTA, se arqueólogos fizerem uma escavação provavelmente encontrariam muitos artefatos líticos (feitos de pedra lascada) no local, uma vez que além da pedra ter sido alterado pelo processo erosivo da natureza, os índios podem tê-la utilizado para esse fim. De acordo com o professor de Biologia, Otávio Silva, no local ainda foi possível encontrar bioindicadores de umidade e pureza do ar, como musgos e liquens. Os musgos são plantas avasculares pequenas, e foram encontrados integrantes dos filos briophyta e anthocerotophyta, esse segundo grupo é mais raro de ser encontrado. Os liquens são associações entre algas e fungos, organismos primordiais para a sucessão biológica. Foram observadas também associações entre líquens e musgos. A escola agradece às Secretarias Municipais da Educação e dos Transportes por ter disponibilizado toda a logística dos transporte necessários para que esta proveitosa aula fosse possível. Fonte da matéria do Blogger Professor Aguiar.

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